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terça-feira, 25 de outubro de 2011

OLHOS DE GATO PRETO




Nada sei mais de mim
Nesses dias que vão e vem
Nesses dias intermináveis
Nesses dias que parecem não ter fim
Num girar louco que causa sufoco
Na espera insensata do que parece intermitente e inviável
No que parece ser instável e até execrável
Sob o lume de olhos de gato preto
Na encruzilhada do arvoredo de quina ao penedo
No lugar os mortos ejaculam segredos a meia luz
E onde os vivos conspiram contra as linhas tortas do destino.

RASGA-MORTALHA


Na vereda fria e escura que vislumbro atemporalmente

Ouço o ciciar do vento entre as folhagens

Ouço os ruídos de insetos nos confins da noite

Ouço o medo congelar os ossos como açoite

E assim sigo veementemente sorrateiro

No desbravar incógnito de ser sonho ou pesadelo

E nesse desmantelo eloquente e soturno

Vejo-me frente a frente com meus fantasmas mais temidos

Que chamam por mim entre grunhidos, gemidos e agravos

E nesse intervalo crucial me descubro rosa e cravo

Em seguida algo prende meu maxilar e minha jugular

No entremeio desse duelo agonizante reverbero a alma do umbral

Sinto uma apunhalada no coração fazer jorrar a vermelhidão da decepção

Enquanto isso uma adaga ágil e afiada despetala a rosa e decepa o cravo

Então reencontro sentido das coisas no meio do nada que brota em forma de copas

E didaticamente esquartejo o malfazejo que no seu vil desdenhar some na imensidão

E que intensamente me devora da forma mais inclemente e inglória.

DROPS DE MENTA (HallS)

Para as lacunas do vazio
As margens do rio
As roupas de frio
As amarras de fios
E nada de arrepios
Ou calafrios.

Para as lacunas do vazio
Mais brio
Mais assobio
Menos invio
Menos exício
Menos estio

Para as lacunas do vazio
Esvaziamento emergencial
Das toxinas da carnificina
Que fluem nitidamente
Da tosca visão que te alimenta
Nesse gosto que fica na boca
De dropes sabor de menta.


OBS.:ESSE POEMA É PARA UM AMIGO QUERIDO PERDIDO NO TEMPO E SUA INFINITA E REPLICANTE SOLIDÃO.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A 4 MÃOS





O meu amor é infinito.
O meu amor não cabe em si de tanto contentamento.
Eu só sei te amar.
Eu só sei te amar mais cada vez mais.
Eu sou capaz de dar a minha vida pra ficar contigo.
Eu seria capaz de dar duas vidas, se as tivesse.
Corri o “mundo inteiro” atrás de um amor e descobri que ele está aqui, bem ao meu lado pra sempre.
Eu fiz o mesmo durante “longos anos” e para minha surpresa estava tão perto, que é até impossível de pensar, dizer e acreditar.
O tempo todo o mundo girava em torno do nosso amor, pois nesse momento todo, nós estávamos sendo preparados para amar definitivamente.
Eu já não posso viver sem o teu amor, deixa eu me aconchegar nos teus braços, que me abraça com a força de um deus grego.
Se aconchega, se chega, se envereda e se perca em mim, mas tem que ser pro resto da vida.

ÚLTIMO GOLE DE MIM


ÚLTIMO GOLE DE MIM

A CADA DIA
UM POUCO DE MIM
SE VAI PRA SEMPRE
E NADA DE ADEUS
APENAS UMA FALTA FICA
QUE NÃO SE DISSIPA NUNCA
E SALTITA COMO MOLECA TRAVESSA
NUM MEIO DE UM CHUVISCO
TÃO RÁPIDO QUE NEM CHEGA A MOLHAR DIREITO
MAS MOSTRA O ESTRAGO QUE UM SIMPLES AFAGO
PODE FAZER A VOCÊ.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CALEFAÇÃO


EM ALGUM LUGAR QUE NÃO SEI ME PERDI DE MIM
PERDI-ME ASSIM DE FORMA DESAVISADA
ASSIM COMO SE PERDE QUASE NADA.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

MEU NOME



Zaymon surgiu da necessidade de um nome incomum
Já que o meu a meu ver não tem charme nenhum
Zarondy vem por combinação de letras iguais
Foi retirado de um conto de minha autoria
E parece ter sido sussurrado no meu ouvido
E embora tenha pesquisado não encontrei significados concretos
Ai fui ao Z que diz que nomes iniciados com essas letra
Possuem grande coração, criatividade e vitalidade
Além disso, gosta de privacidade e é cheio de segredos
É de personalidade mutável de acordo as situações
E o que mais me chamou atenção foi o fato de procurar
Acreditar que a felicidade existe, e eu creio muito nisso
E assim resisto e insisto, sim eu acredito e meu caminho sigo
Nesse idílio entre letras, poesia e vida deixando uma trilha
Eu sou o poeta Zaymon Zarondy e por isso estou aqui.
Poetizar é minha sina, venha minha trilha seguir...
Trilha de poemas.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ESSE LOUCO QUE MORA EM MIM


Esse louco que mora em mim
Me causa tanta tensão
Esse louco que mora em mim
É minha salvação.
Esse louco que mora em mim
É pura profanação.
Esse louco que mora em mim
É sacro que enche o saco.
Esse louco que mora em mim
É mudo e nem sabe libras.
Esse louco que mora em mim
E essas suas chagas fedidas.
Esse louco que mora em mim
Não paga aluguel e usa véu.
Esse louco que mora em mim
Escara meu corpo e rasga a minha alma.
Esse louco que mora em mim
É revesso de tudo que quero.
Esse louco que mora em mim
É o meu guia e todo dia ele me desafia.
Esse louco que mora em mim
É o mesmo louco que me dá socos e rosas.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

OUTONO EM OUTUBRO


OUTONO EM OUTUBRO

Todo ano
Sinto a presença
Viva do outono
Em outubro
E ganho então
Um abraço saudoso
Do tempo
Então descubro
Ou redescubro
Não sei ao certo
Que algo em mim
Expira e conspira
Para o desfecho
Diante disso estremeço
E por um instante esqueço
Que a cor do meu rubor é rubro.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

DINTORNO

Em cada encontro, um novo confronto.
Em cada nova relação, uma chance pro coração.
Em cada atitude, uma esperança que tudo mude.
Em cada cheiro, outro meio de devaneio.
Em cada conhecimento, um novo movimento
Em cada vento, um momento de esquecimento
Em cada abraço, o surgir de um novo laço.
Em cada aproximação corporal, um sinal para o sensual
Em cada possibilidade de amor, uma nova nuance de dor.
Em cada cilada, um corte.
Em cada rumo, um norte.
Em cada olhar, um ponto de vista.
Em cada poesia, um prisma do dia, uma cria.
Em cada beijo, um novo sabor de desejo.
Em cada enlace, o ápice da paixão.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

MOSAICO HISTRIÔNICO


O palhaço não conseguiu fazer a plateia rir e sim chorar
E por mais que tentasse não tinha êxito em voltar
Tudo parecia ter perdido o tão querido sentido
E mesmo vestido ele parecia visceralmente despido
No meio picadeiro, o pranto se fazia estridente
No centro do palco vinha o cheiro forte e seco do talco
Desse modo ali na sua frente a magia se desfez
E o louco passou a são, e roupas de listras viraram xadrez
Nesse estranho mosaico da existência desse triste palhaço
Ele verteu tantas lágrimas e suor que sua máscara se desfez
Assim como sua fantasia caiu por terra a graça nunca se refez
E ali diante de todos com a cara lavada e estranhamente revelada
O riso mais uma vez se fez.