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sábado, 5 de junho de 2010

CONSTELAÇÃO



Estrela estoura
estiliza e estigmatiza
estrondosamente
estrofes e estrilhos
estremecidos
entrementes
estilhaçados
feito cacos de vidro
estirados no chão.

PARI-PASSU



À noite às vezes
Grito teu nome
Nem sei por quê
Se você nunca vem.
De manhã sem querer
Acordo a te caçar na cama
Porém não te acho
Apenas aquele espaço vazio
Ao redor do coração frio.
Pela tarde quase sempre
Levado pela solidão
Saio por aí a caminhar
Louco pra te encontrar
Mas em todos os lugares
Que ando você nunca está.
Todo dia sem explicação
Eu choro sem razão
Corro em vão no calçadão
Tentando afastar a tensão
Em vez disso sem aviso
Acontece outra explosão de emoção.

A CÂNTAROS VOCÊ



Tu não sais
Do meu pensamento
Um só momento
E eu padeço
Para te tirar
Do meu mundo.
Parece até castigo
Tu sempre assim
Me fazendo
De teu abrigo
Roubando
Meu sossego
Diariamente.
Eu sonho contigo
Um sonho antigo
De te ter comigo
Apesar do perigo
Eu me arrisco
Meio arisco
E nada consigo
Todavia não desisto
E novamente insisto
Nessa obstinada ideia
De te ter pra mim
De te sorver sofregamente
De te amar amiudamente
De ser teu diafanamente.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O POETA DA VIDA



Eu quero não quero falar apenas de amor
Eu quero explanar do mundo que ainda não existe
Eu quero alardear os sentidos das pessoas
Eu quero proclamar pra você que me lê
Eu quero dizer tudo de uma maneira concreta
Eu quero gritar o que ainda não foi dito ou escrito
Eu quero pronunciar para as feridas da carne
Eu quero declamar para os jardins infrutíferos
Eu quero oralizar para os que não querem ouvir
Eu quero discorrer para os acaras existenciais
Eu quero balbuciar para os zumbis prostrados
Eu quero murmurar para as mordidas contidas
Eu quero dialogar em cima das ideias homicidas
Eu quero vociferar das rotas suicidas e promiscuas
Eu quero versejar para todas as almas perdidas
Eu não quero ser apenas mais que um ou nenhum
Eu quero ser o poeta da vida de cada um.

LADRÃO DE FLORES



Eu roubo flores para enfeitar teu cabelo.
Eu roubo flores para colorir teu quarto.
Eu roubo flores para te perfumar, pra você cheirar.
Eu roubo flores azuis, brancas, vermelhas...
Eu roubo uma aquarela de cores em flores para inundar tua casa.
Eu prometo roubar quantas flores precisar pra te amar
Eu vou roubar todos os dias da nossa existência...
Eu roubarei flores por ti, por mim e por nós
Eu roubo flores pelo nosso amor, não pelo roubo em si
Eu roubo flores para te se me deres teu coração.
Eu roubo flores se gostares pra sempre de mim.
Eu roubo flores se você for a flor eterna do meu jardim.
Eu roubo flores em especial as amarelas, são suas preferidas, eu sei
Eu roubo flores sim... Flores eu roubarei sempre pra ti
Minha sempre rosa singela: então serei teu príncipe e que sejas minha cinderela.

TEATRO DA VIDA



Cá estamos
Atuando no palco da vida
Apresentando
Representando
Reapresentando
Até chegar a exaustão
Para descanso eterno rente ao chão

ENTRE O VERMELHO E O AZUL



Faz anos que de ti
Me encanto, me emociono
Me envolvo, me revolvo...
De forma visceral
Do real até o surreal
Ao te ver passar,
Te como com o olhar,
Naufrago no teu mar,
E então deságuo
Por mais um dia
No desconforto que é está
Distante da tua visão.
Daí me espanto, me espanco,
Esporro, corro e fico tonto
Diante do inevitável confronto:
És a essencial cosmovisão
Do centro do meu coração.
Então não vá, fique
E seja para sempre
O meu eterno desaguar
Deixe que jorre em você
Todo o oceano do meu amar.

PRA INÍCIO DE CONVERSA

Pra início de conversa...
quero mostrar quem sou
sem nenhuma pressa.

Pra início de conversa...
quero mostrar o que vejo
o que nunca esqueço.

Pra início de conversa...
quero te fazer ver o que
não pode ser visto a "olho nu"

Pra início de conversa...
olhe por entre as frestas
entreabertas do seu coração.

Pra início de conversa...
escute a si mesmo sem que eu peça.

Pra início de conversa...
ouça a conversa desde o início
pois transformei meras palavras
em algo além do escrito para que
vocês possam ver o "mundo mais bonito"