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terça-feira, 25 de outubro de 2011
RASGA-MORTALHA
Na vereda fria e escura que vislumbro atemporalmente
Ouço o ciciar do vento entre as folhagens
Ouço os ruídos de insetos nos confins da noite
Ouço o medo congelar os ossos como açoite
E assim sigo veementemente sorrateiro
No desbravar incógnito de ser sonho ou pesadelo
E nesse desmantelo eloquente e soturno
Vejo-me frente a frente com meus fantasmas mais temidos
Que chamam por mim entre grunhidos, gemidos e agravos
E nesse intervalo crucial me descubro rosa e cravo
Em seguida algo prende meu maxilar e minha jugular
No entremeio desse duelo agonizante reverbero a alma do umbral
Sinto uma apunhalada no coração fazer jorrar a vermelhidão da decepção
Enquanto isso uma adaga ágil e afiada despetala a rosa e decepa o cravo
Então reencontro sentido das coisas no meio do nada que brota em forma de copas
E didaticamente esquartejo o malfazejo que no seu vil desdenhar some na imensidão
E que intensamente me devora da forma mais inclemente e inglória.
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Perfeito! Escrita magnânima, parabéns meu caro, parabéns!
ResponderExcluirSensacional!! Lembra os versos de Augusto dos Anjos.
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