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domingo, 5 de junho de 2016
quarta-feira, 21 de maio de 2014
ROMANCE
SINTO FALTA
DE ALGO
QUE NEM SEI
DIRETO O QUE É.
ALGO QUE NEM
SEI
SE UM DIA
PODEREI TER,
MAS QUE FAZ
FALTA DE UMA FORMA ÚNICA.
SINTO MUITA
FALTA QUE, ÁS VEZES, DÓI TANTO
E DIANTE
DESSA IMENSA FALTA INTRIGANTE
EU ME SINTO
COMO SE AMASSE
SEM PRECISAR
VIVER UM ROMANCE.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
SENTIMENTO NU
SENTIMENTO NU
Tenho medo...
De revelar meus segredos
Da falta de sorte
De não fechar meus cortes
De me olhar no espelho
E descobrir que sou feio.
Tenho medo...
De subir a escada
De andar pela auto-estrada
De olhar a minha cara
De enfrentar os traumas
De encarar os problemas
De elucidar os dilemas
De abortar as mentiras
De não cicatrizar as feridas.
Tenho medo...
Da realidade, da saudade
Das angústias, das verdades
De me sentir castrado
De ver meu outro lado.
Tenho medo...
De altura, da loucura
De não superar as amarguras
De ser uma alma impura
Dessa secura na garganta.
Tenho medo...
Da chuva forte
Que leva rumo norte
Do dia a dia, de almas frias
Da velhice, das caretices,
Das chatices, das burrices, enfim.
Tenho medo...
Do amor, da dor,
Do calor carnal,
Dessa velha união sexual.
Do eterno duelo entre o bem e o mal.
Tenho medo...
De nunca me encontrar
Por isso fujo do sol
Escondo-me da lua
Vivo perambulando na rua.
Atrás de uma gaiola que não seja minha
Nem sua.
Tenho medo...
Da folia, do riso, da arrelia
Da nostalgia, da vida vazia,
Da falta de alegria, da sinestesia, da analogia
Dos desejos camuflados, sonhos adiados
Pesadelos mascarados e do sabor dilacerado
Enfim, tenho até medo de mim
Contudo acima de tudo...
Tenho é vergonha
Vergonha da minha covardia.
sábado, 11 de janeiro de 2014
PRA INÍCIO DE CONVERSA (MEU LIVRO)
PRA
INÍCIO DE CONVERSA
Pra início de conversa...
quero mostrar quem sou
sem nenhuma pressa.
Pra início de conversa...
quero mostrar o que vejo
o que não esqueço.
Pra início de conversa...
quero te fazer ver o que
não pode ser visto a olho nu.
Pra
início de conversa...
olhe por entre as frestas
entreabertas do seu coração.
Pra
início de conversa
escute a si mesmo sem que eu peça.
Pra
inicio de conversa
ouça a conversa desde o início
pois transformei meras palavras
em algo bem escrito para que
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
ANDALUZIA
ANDALUZIA
Luzia andava como louca
Atrás do tal grande amor
Ou seria de sua grande dor
Seja lá como for
Andava Luzia...
Fosse noite ou a luz do
dia
Ela andava em festas, em
velórios
Em cemitérios, cartórios e
territórios...
Sempre com o olhar no
vazio
Nada fazia Luzia desistir
de seu propósito.
Luzia andava e andava
Nenhum obstáculo a cansava
Nem tempestade a detia
E nem do sol se protegia
Nem falta de sapatos, nem
olhares ingratos
Nem sede, nem fome, nem
taquicardia
Ela apenas seguia a voz
que dizia:
Anda Luzia.... e Luzia
andava
Diante de nada sucumbia
E assim Luzia mais andava
que vivia
O que Luzia ainda não
sabia
Não por falta de sabedoria
Talvez ela soubesse e
fingia que não via
Era que o seu amor tantas
vezes
Já morrera quantos os
quilômetros que percorria
E mesmo se soubesse dessa
verdade
Acho que nem ligaria, não
desistiria
Apenas andava tanto quanto seu coração permitia
E sempre quando parava e
depois partia nada dizia
Nem tampouco se despedia,
nem ligava aos que lhe olhavam em demasia
Tentando lhe dizer coisas
que ela não queria ou aos apelos inglórios de arrelia:
Para de andar Luzia, então
ela abria a porta, saía e num rompante se virava e sorria...
Como se o sorriso fosse um
açoite que reluzia no andar foice de Luzia.
quarta-feira, 27 de março de 2013
RETALHOS DE ONTEM
Hoje eu não sou mesmo de ontem
Nem o de antes de ontem
E diante de mim eu vejo um outro
ser
Um reflexo sem nexo em espelho de
estanho
A levantar voo num sobressalto
A se afastar de modo estranho
Que pareceu ser pra sempre.
Daí eu te chamo e não ecoa
Enquanto tudo que sinto por ti
destoa
E num instante me pego a toa
Então uma dor pungente que ressoa
Transmuta o que há de melhor no meu
eu
Numa criatura sombria que nada perdoa.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
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